5 maneiras de tornar as cidades melhores para as mulheres

Listamos as principais demandas femininas para mais mobilidade, acessibilidade e segurança na rotina urbana

O problema não é novo. Desde os anos 1970, pesquisas conduzidas nos Estados Unidos e na Europa vêm constatando a dificuldade dos gestores públicos em considerar as demandas tipicamente femininas no planejamento urbano. A participação das mulheres no mercado de trabalho faz com que elas precisem se locomover de maneira ágil e segura para conciliar os afazeres pessoais e profissionais. Confira abaixo cinco alternativas para tornar as cidades mais amigáveis e produtivas para as mulheres:


1. Incluir mulheres no planejamento urbano

A cidade é feita para todos, independentemente de gênero, mas a mobilidade feminina tem suas particularidades. Enquanto os homens geralmente vão do trabalho para casa e vice-versa, mulheres usam diferentes modos para desempenhar a ampla variedade de tarefas que assumem tanto em casa quanto no trabalho. Historicamente, os cuidados com crianças e idosos costuma recair sobre elas. Por isso, calçadas mais largas e com rampas de acesso para facilitar a condução de carrinhos de bebês, cadeiras de rodas e carrinhos de compras são opções para melhorar seus deslocamentos. Faixas de pedestres aliadas a semáforos com tempo de travessia prolongado são outro ponto importante. Para tais ações irem da teoria à prática, o primeiro passo é incluir mulheres em cargos de tomada de decisão e na formulação de políticas públicas.

Em Viena, por exemplo, desde a década de 1990 o espaço urbano busca oferecer condições de igualdade para homens e mulheres. Por meio de um plano conhecido como Gender Mainstreaming, planejadores urbanos começaram a redesenhar a cidade ao longo das últimas décadas com base nas demandas femininas de ocupação dos espaços.

 



2. Iluminar bem calçadas, ciclovias e pontos de ônibus

Áreas ermas e pouco iluminadas causam insegurança nos trajetos realizados por mulheres, especialmente à noite quando estão a pé ou de bicicleta. A espera em ponto de ônibus são igualmente preocupantes, fazendo com que passageiras em determinadas localidades fiquem mais vulneráveis a episódios de assédio e violência. Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) feita em 2014, 60% dos crimes de estupro são praticados por desconhecidos entre 18h e 6h da manhã, sobretudo em vias públicas. Outra pesquisa, realizada pela Action Aid em 2014, aponta que 73,9% das mulheres entrevistadas já desviaram suas rotas por conta da escuridão das ruas.

3. Usar a tecnologia para combater o assédio

Pensando em extrair ao máximo as funcionalidades que o app pode oferecer para a segurança de todos os usuários, a 99 permite que passageiros liguem para o 190 e compartilhem suas rotas em tempo real com até cinco contatos de confiança. Além disso, câmeras de segurança são conectadas à Central de Segurança da empresa, que funciona em 24h/7, e presta apoio em tempo real caso motoristas ou passageiros acionem a funcionalidade.



4. Oferecer transporte ágil e flexível

Enquanto homens usam mais carros particulares para ir de um ponto ao outro e percorrem caminhos mais lineares, mulheres utilizam diferentes modos não só para ir ao trabalho, mas para levar os filhos à escola, ao médico, para ir ao mercado, entre outras tarefas ligadas ao cuidado da família. São elas também que, desde os anos 2000, utilizam mais os transportes coletivos do que particulares, segundo aponta a Pesquisa Origem e Destino 2017, do Metrô de São Paulo.

Ampliar a integração modal e as formas de mobilidade ativa conectadas a estações de trem e metrô e a terminais de ônibus são uma forma de facilitar a rotina feminina para que possam optar pelo melhor maneira de percorrer cada trecho a cada momento.

5. Dar opções exclusivas a mulheres

A criação do vagão rosa, no Rio de Janeiro, foi uma iniciativa pioneira criada ainda 2006 para preservar as mulheres de situações de assédio dentro dos trens lotados. A medida foi regulamentada em 2017, contando com a ajuda da Polícia Militar para verificar o cumprimento da norma que impede que homens utilizem os vagões destinados exclusivamente a elas. De lá pra cá, outros estados também regulamentaram a iniciativa, como Belo Horizonte, Recife e Brasília. Uma pesquisa realizada neste ano pelo Datafolha em São Paulo apontou que 43% das mulheres entrevistadas já haviam sofrido algum tipo de assédio no transporte público paulista, saturado principalmente nos horários de pico.

Para combater a insegurança das motoristas parceiras da 99, o app oferece a facilidade 99Mulher, que permite aceitar apenas corridas solicitadas por outras mulheres, incentivando a presença feminina como força de trabalho nesse segmento. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 34 milhões de domicílios do País são chefiados por mulheres. O número corresponde a 45% do total, com base em dados de 2018 divulgados neste ano. Em 1995, as mulheres chefiavam apenas 25% dos lares, o que revela o crescimento da responsabilidade feminina e a necessidade de se criar condições profissionais cada vez mais adequadas a essa realidade.

 

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